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Flexibilidade cognitiva Insular: importante elo entre Empreendedorismo e Neurociência




Um estudo da Universidade de Liège, na Bélgica, tornou-se um importante elo entre o mundo dos Negócios e a Neurociência.


Ooms e colaboradores analisaram o comportamento de 727 empresários e gestores, com análise comparativa de testes cognitivos e Ressonância Magnética de crânio, e avaliaram uma habilidade cognitiva muito mais frequentes entre os empreendedores habituais de sucesso (aqueles que lançam rapidamente novos negócios): a Flexibilidade Cognitiva.


Flexibilidade cognitiva pode ser definida como a capacidade que um ser-humano tem de adaptar-se frente a situações limites, e de mudar rapidamente as estratégias. Tal habilidade faz com que os empreendedores, muito mais do que gestores de grandes negócios já estabelecidos, consigam sobreviver a um mercado feroz e mutável - levando as suas novas empresas a terem sucesso, com tomadas de risco e rápidas mudanças de olhar e estratégia.


No estudo, evidenciaram também algo que pode ser ainda mais interessante: esses empreendedores de sucesso parecem apresentar alterações estruturais cerebrais, que os tornam mais aptos a tomar decisões rápidas e assertivas, e a realizar com maior tranquilidade mudanças de rota. Descobriram um evidente aumento da massa cinzenta (cortical) na Ínsula esquerda desses indivíduos - uma das áreas cerebrais responsáveis pelo sentimento consciente, ou seja, que antecipa ao organismo certos efeitos emocionais e auxilia na tomada de risco (uma ação conjunta com o córtex frontal, possibilitando decisões mais rápidas e racionais, frente a diferentes situações). Já em 2009, Singer et al, mostraram estudos de imagem que corroboram com essa função: havia aumento do sinal/atividade do córtex insular quando indivíduos tomavam decisões rápidas e arriscadas (apostas), em detrimento à tomada de decisões seguras, demoradas e estáveis.  A informação parece, portanto, estar no rumo correto.


A partir de agora, temos então um caminho: conhecemos uma importante habilidade cognitiva, relacionada ao empreendedorismo de sucesso, e temos uma pista da região cerebral a ela relacionada. O próximo passo dos estudos será identificar se essas alterações cerebrais são inatas (ou seja, se nascem como característica imutável dos indivíduos), ou se poderiam ser adquiridas ao longo da vida. Dessa maneira, poderemos ter clareza sobre haver ou não mudança dessas áreas com o treinamento cognitivo, o que poderia ajudar bastante no treinamento de empreendedores. No futuro, talvez possa-se desenvolver a flexibilidade cognitiva, monitorando alterações na região cerebral relacionada – o que tornaria o Ensino em negócios muito mais assertivo. Cenas dos próximos capítulos, que aguardaremos ansiosamente.   

 


Referências:

  1. Figueiredo et al. New observations on the functions attributed to the insular cortex: an integrative literature review. Research, Society and Development. 2022: 11; 2525-3409.

  2. Ooms et al. Entrepreneurial neuroanatomy: Exploring gray matter volume in habitual entrepreneurs. Journal of Business Venturing Insights. 2024; 22: 476-493.

  3. Singer, T., et al. (2009). A common role of insula in feelings, empathy and uncertainty. Trends in Cognitive Sciences. 2009; 13: 334-340.

 
 
 

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